Quando os Pássaros Voam para o Sul.
Quando a pena toca este papel, escorre com a tinta o fio de uma vida. Dir-se-ia que a morte ganhou mais uma vez absoluta vitória. Ignorante, a morte. Esquece-se que da vida que expirou ficou o sopro da herança no espírito dos homens vivos. "Onde está, ó morte, o teu aguilhão?", gritou o paulino apóstolo. João Alberto Rodrigues Faria faleceu na madrugada do dia 09 de Dezembro, mas deixou-nos em herança o legado mais importante que qualquer homem pode deixar: o seu exemplo. No sonho, na perseverança, na obra. Num dos seus últimos textos públicos escreveu: " A história de qualquer homem é a história de uma procura e o mais importante não é o ponto de chegada, mas o percurso realizado para o alcançar." João Alberto Rodrigues Faria, por vontade de Deus (porventura talvez desejasse que assim fosse escrito), não alcançou o ponto de chegada, mas deixou todo o percurso preparado para que o alcançássemos. A maior homenagem que lhe podemos prestar é continuar a sua obra, sem dúvidas, sem tréguas. Homenageando com o nosso trabalho o seu exemplo de dedicação a cada um daqueles que com ele privou e trabalhou. Quando os pássaros partem para o Sul, vão à procura da sua Primavera, de um lugar melhor para aquecerem as asas e a alma. Crente, este nobre pássaro voou, certamente, para um lugar mais amável, para junto de Deus a quem amava. |